A Maiêutica Socrática tem como significado "Dar a luz (Parto)" intelectual, da procura da verdade no interior do Homem. Sócrates conduzia este parto em dois momentos: No primeiro, ele levava os seus discípulos ou interlocutores a duvidar de seu próprio conhecimento a respeito de um determinado assunto; no segundo, Sócrates os levava a conceber, de si mesmos, uma nova idéia, uma nova opinião sobre o assunto em questão. Por meio de questões simples, inseridas dentro de um contexto determinado, a Maiêutica dá à luz idéias complexas. A maiêutica baseia-se na idéia de que o conhecimento é latente na mente de todo ser humano, podendo ser encontrado pelas respostas a perguntas propostas de forma perspicaz.
A auto-reflexão, expressa no nosce te ipsum - "conhece-te a ti mesmo" - põe o Homem na procura das verdades universais que são o caminho para a prática do bem e da virtude.
Há certa divergência historiográfica sobre a utilização de tal método por Sócrates. Historiadores afirmam que a denominação e associação de tal método ao filósofo decorre da narração, não necessariamente fiel, da vida de Sócrates por Platão. Deve-se chamar, então, a instrumentação argumentativa do filósofo de elenkhos.
Sócrates foi, sem sombra de dúvida, um dos Homens mais sábios que já passaram pela Face da Terra. Ainda o é, uma vez que suas idéias se perpetuam até hoje em nossa sociedade, já que ele mesmo dizia que o Sócrates que seus discípulos conheciam ou deviam conhecer não morreria nunca, que a Idéia que ele encarnava, não era dele, mas imortal e universal. Foi um Homem simples, roupas nada ostentadoras, que a dava por Atenas aplicando a maiêutica em suas conversas com o propósito de descobrir a Verdade, encontrar o saber. Considerava-se nada sapiente. Considerá-lo seria não o ser! Ele desmanchava os conceitos e definições alheias com perguntas. Desconstruía todas as construções com alicerces de vento, ia mais fundo. Quanto mais fundo ia, mais percebia que o Saber não tem fim.
A Maiêutica de Sócrates consiste em perguntar, em interrogar, em inquirir: “O que é isto? O que significa?” E isto ele faz andando pelas ruas, pelas praças, indagando das pessoas.
Ao general ateniense que encontra – ele está preocupado em averiguar o que é a coragem – diz para si: ”Aqui está: este é quem sabe o que é ser corajoso, visto que é o general, o chefe.” Aproxima-se e diz: “Você que é um general do exército ateniense, tem que saber o que é a coragem.” Então o outro lhe diz: “Mas é claro! Como não vou saber o que é coragem? Ela consiste em atacar o inimigo e nunca fugir.” Sócrates para, pensa, coça a cabeça e lhe diz: “Sua resposta não é totalmente satisfatória.” E faz ver ao general que muitas vezes é preferível retroceder para atrair o inimigo a uma posição mais favorável para destruí-lo. O general concorda e dá outra definição ou complementa a anterior. E Sócrates exerce, outra vez, sua crítica interrogativa e nunca está satisfeito com as respostas que vão sendo dadas.
Dessa forma, faz com que a definição inicial vá passando pelo crivo das indagações e aperfeiçoando-se por extensões e reduções até ficar o mais exata possível, mas nunca a ser definitiva. Para a Maiêutica, o conhecimento está latente no homem, só e necessário criar condições para que ele passe da potência ao ato, aflore, numa espécie de recordação, reminiscência. Educar no sentido verdadeiro e superior. Educação vem do latim educere, literalmente trazer para fora, sobressair, emergir do estado potencial para o estado de realidade manifestada.
Nos diálogos platônicos, que reproduzem cenas da atuação de Sócrates, nenhum deles chega a uma solução definitiva: todos se interrompem dando a entender que é preciso continuar perguntando, perguntando e continuar encontrando dificuldades, novos desafios e mistérios na última definição dada e que o assunto nunca se esgota. Esse método é típico de tudo que Platão nos deixou escrito nos diálogos socráticos.
Para Platão, quando não sabemos nada, ou aquilo que sabemos, o sabemos sem tê-lo procurado como a opinião, é um saber que não vale nada, mas quando queremos saber, aproximar-nos do conhecimento elevado, reflexivo, temos mais chances de compreender. Opinião, crença, doxa em grego, é o que pensamos que sabemos, mas não fundado no conhecimento racional, portanto, não é nada. A Dialética platônica consiste exatamente na discussão de todos os aspectos, todos os prós e contras de um determinado tema até que possamos depurá-lo e chegar perto de seu verdadeiro significado, autêntico, real e que ele chama de episteme, ciência.
No trecho retirado de um texto de mesmo nome deste, pode-se perceber a presença de Platão na lógica maiêutica. Isso se dá pelo fato de que Sócrates nunca escreveu uma só palavra. Todos os textos que fazem referência a sua vida e conhecimento são de seus discípulos, sendo o principal, Platão.
“Quem sabe se viver é estar morto, e estar morto é viver?”
Vejam uma charge que melhor exemplifica como deve ser a Maiêutica:
Fontes Bibliográficas
No trecho retirado de um texto de mesmo nome deste, pode-se perceber a presença de Platão na lógica maiêutica. Isso se dá pelo fato de que Sócrates nunca escreveu uma só palavra. Todos os textos que fazem referência a sua vida e conhecimento são de seus discípulos, sendo o principal, Platão.
“Quem sabe se viver é estar morto, e estar morto é viver?”
Vejam uma charge que melhor exemplifica como deve ser a Maiêutica:
Filosofia da Educação (JARDIM, et al, 2011)
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ResponderExcluir“A Maiêutica de Sócrates consiste em perguntar, em interrogar, em inquirir: “O que é isto? O que significa?” E isto ele faz andando pelas ruas, pelas praças, indagando das pessoas
ResponderExcluirA Maiêutica de Sócrates é justamente as perguntas de um gande filósofos, é a curiosidade e as respostas de tal coisa que fazem, os grandes filósofos, estudarem e indagarem o porque disso ou daquilo, como fez sócrates.Isso é coisa de filósofo.
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