A nova forma de pensar da Filosofia Moderna
culminou no Racionalismo (René Descartes) e no Empirismo (Francis Bacon, John
Locke, David Hume) e preparou, de certa forma, o caminho para o Criticismo
Kantiano. Detalhe cada uma dessas correntes.
A presença de Descartes no cenário
moderno marca decididamente toda a história do pensamento filosófico. Ele
delimita a modernidade: o surgimento do subjetivismo como apelo ao homem criador,
dominador e conquistador da natureza – o homem pensante. Diferentemente de
Galileu que via a verdade como instalada no mundo, Descartes afirma certo “reposicionamento”
do homem, explicando melhor a constituição de uma racionalidade moderna. A importância
de Galileu é indiscutível, pois pensou um novo tipo de homem, que se tornara
livre para conhecer a realidade que o cercava. Mas o pensamento de Galileu
limitava o homem a mero espectador, não determinante do conhecimento sobre a
natureza, cabendo a ele simplesmente a tarefa de reconhecimento das leis
matemáticas e mecânicas do universo. Podemos dizer que Descartes comumente
chamado de principal pensador da racionalidade moderna, iniciou seu projeto
perguntando-se sobre como é possível conhecer a realidade? E a sua resposta foi
clara: só podemos conhecer a realidade pela razão. A isso chamamos de RACIONALISMO.
E juntamente a esta questão, a problematização da verdade não mais como dada
pelo mundo externo, físico, natural (como em Galileu), mas sim como uma
qualidade própria do homem como ser pensante, assim, a partir de Descartes, a
verdade é representada subjetivamente, isto é, na consciência do homem e não no
mundo.
O ponto de partida da reflexão humana está
em considerar que todo conhecimento que se refere ao mundo começaria com a experiência,
fundando-se na percepção. Contudo, o autor considera a percepção de duas
maneiras: impressões e idéias. As impressões seriam as percepções mais vivas
sentidas pelo sujeito, como as sensações que se tem das cores, dos sons, de uma
paisagem, de uma dor, de estados de tristeza e de alegria. As idéias, de modo
diferente, seriam cópias das impressões, imagens mais pálidas que resultariam
da forma como o sujeito refletiria sobre as impressões ao usar a memória ou a imaginação.
Uma criança, ao colocar o dedo numa tomada, poderia ser vítima de uma descarga
elétrica capaz de produzirlhe uma impressão, porém; todas as vezes que lembrar
ou imaginar essa experiência, ela tomará contato com uma idéia, com uma cópia
modificada dessa mesma vivência. Assim, se as idéias seriam aquilo que
expressaria um pensamento, então seria impossível existir pensamento ou ideia
que não tivesse por origem uma ou ma i s impressões. Levando em consideração
esse tipo de raciocínio, os cegos ou surdos de nascença jamais seriam capazes
de desfrutar de uma idéia, pois alguém que tivesse o seu aparelho perceptivo
danificado seria incapaz de conhecer alguma coisa.